domingo, 15 de julho de 2012

Mulher ainda é vítima da violência doméstica

Este é um drama que não escolhe idade e classe social; em 2010, o CAM atendeu 435 casos

Você sabia que a cada 15 segundos uma mulher é espancada no Brasil? E que a cada cinco anos a mulher perde um ano de vida saudável se sofre violência doméstica? Outro dado impressionante, 25% dos dias de trabalho perdidos pelas mulheres são decorrentes da violência doméstica.  Esse tipo de violência acontece independente de raça ou classe social e as principais vítimas são mulheres entre 20 e 35 anos. Na maioria das vezes, os agressores são seus próprios companheiros.

A violência doméstica é dividida em vários tipos. A física, quando existe agressão corporal; a psicológica é qualquer conduta que cause dano emocional, como humilhação, constrangimento ou manipulação. A violência sexual acontece quando alguém é obrigado a participar de qualquer relação sexual não desejada. Já a patrimonial acontece no caso em que alguém tem seus objetos pessoais ou instrumentos de trabalho destruídos por outra pessoa. Por fim, a violência moral é entendida por calúnia, difamação ou injúria.

Para as mulheres que sofrem de violência doméstica em Londrina, existe apoio do Centro de Atendimento à Mulher (CAM), ligado à Secretaria Municipal da Mulher, que conta com uma equipe de serviço social, psicólogas, prestação de assistência jurídica. O órgão ainda mantém uma casa abrigo.

"O programa auxilia também os filhos das mulheres vítimas de violência doméstica", afirma Lucimar Rodrigues da Silva, secretária do CAM. "Quando a mulher vai para o abrigo com seus filhos e é detectado que as crianças também sofrem violência, é feita articulação com o órgão responsável por atendimento a crianças e adolescentes em situação de violência doméstica."

Lucimar da Silva aconselha as mulheres que sofrem violência doméstica. "Em caso de ameaça de vida, ela deve procurar órgãos competentes para ser enviada a um abrigo seguro. Nos outros casos, a mesma é orientada a procurar denunciar o agressor e se continuar na casa junto a ele, que avise os vizinhos para chamar a polícia caso percebam algo errado."

Em 2010, o CAM atendeu 435 casos, sendo 80 de mulheres que já haviam procurado serviço, mas não seguiram adiante e depois voltaram procurar o programa. "A maior incidência foi a violência psicológica. Este tipo de violência confunde e dificulta a percepção das mulheres, enfraquecendo a estima e a capacidade de autonomia, porque ela fragiliza a capacidade de reação na situação da violência", explica Lucimar da Silva.

A psicóloga Patrícia Raboni atua no CAM há 11 anos. "A psicologia tenta ir mostrando caminhos para essa mulher, dizendo que ela é capaz de levar sua vida sem aquele agressor. Nós mostramos a ela que existem saídas."

Os danos que a violência doméstica podem causar em uma mulher são incalculáveis. "Hipertensão, baixa autoestima, danos emocionais e outras doenças. Existem casos até em que a mulher vem a desenvolver um câncer e algumas chegam a óbito", afirma a psicóloga.

Medo, humilhação, dor, violência, vergonha e culpa não devem fazer parte do dia-a-dia de ninguém. A lei Maria da Penha prevê a aplicação de justiça imediata nos casos de violência doméstica contra as mulheres, com o intuito de reduzir os casos. A lei também atende crimes contra crianças e adolescentes.

Animais também precisam de cuidados odontológicos

Os primeiros sinais de que o animal está com problemas bucais são o mau hálito, sangramento na gengiva ou a ausência de um dente

Os seres humanos necessitam de cuidados odontológicos e os animais não são diferentes. Eles também tem doenças orais e precisam de atenção. Os restos de alimentos e bactérias também se acumulam na superfície dentária dos pets e podem formar a placa bacteriana e o tártaro. Estes problemas bucais atingem cerca de 85% dos cães e gatos e se não forem devidamente tratados podem afetar órgãos como os rins e o fígado.  
A veterinária e especialista em odontologia animal, Milena Mainardi, atende em uma clínica direcionada aos cuidados orais de diversos animais como cães, gatos, coelhos, passarinhos e hamsters. “Os primeiros sinais de que o animal está com problemas bucais são o mau hálito, sangramento na gengiva ou a ausência de um dente. É importante que o dono esteja sempre observando a boca de seu animal e que de preferência o acostume desde filhote”, explica a veterinária.

Milena Mainardi comenta que a maior procura na clínica é para extração de dente de leite e remoção do tártaro. A veterinária explica que a doença mais comum nos animais adultos é a periodontal, uma somatória de diversos problemas bucais, quando a placa bacteriana já se instalou nos dentes. Essa é a doença responsável pela inflamação de gengiva e destruição dos tecidos que sustentam os dentes. A veterinária salienta que, muitas vezes, o acúmulo bacteriano é tão grande que quando é realizada a limpeza, o dente cai junto. Geralmente isto acontece porque estava sendo sustentado apenas pelo excesso de sujeira.

É muito importante que o dono escove os dentes de seu animal uma vez ao dia com escova e pasta de dentes adequadas. Além de fazer a visita ao dentista regularmente, pelo menos uma vez ao ano, pois a prevenção ainda é a melhor solução. Se o animal já estiver com um acumulo de tártaro deve ir a um profissional para fazer uma raspagem e só depois iniciar a escovação.

A veterinária também dá dicas de cuidados para quem tem um animalzinho. Ela afirma que ração seca é a melhor, pois auxilia no controle da placa bacteriana. Milena Mainardi também encoraja os donos a ensinar e estimular seus animais a brincarem com mordedores e brinquedos para higiene bucal. Além disso, é interessante oferecer tiras de couro diariamente para o cãozinho.

O “mercado pet” é um dos que mais vem crescendo hoje em dia e a saúde bucal tem sido muito divulgada. “Hoje muita gente procura a clínica. Uma vez que o cliente conhece o procedimento, sempre retorna. Ultimamente o ser humano fica mais tempo sozinho e mais perto de seu animal que, muitas vezes, ‘substitui um filho’, o que faz com que o mascote precise de mais cuidados, já que está tão próximo”, salienta a veterinária.

Produtos orgânicos trazem benefícios à saúde

Livres de agrotóxicos, cultivados com responsabilidade ecológica respeitando e preservando a natureza são sinônimo de alimentação saudável

Quando o assunto são produtos orgânicos, logo vem à cabeça a ideia de “alimentos livres de agrotóxicos”. Mas, para ser efetivamente orgânico, são necessários outros fatores. Tais alimentos são cultivados em um ambiente de produção que respeita as leis da natureza e preserva os recursos naturais, desde o cuidado com o solo até os insetos.  Além disso, não é permitido utilizar substâncias prejudiciais como, por exemplo, agrotóxicos.

O produtor Leandro Garcia, que atua numa empresa especializada na produção de orgânicos, comenta as principais diferenças desse tipo de plantação. “A orgânica exige cuidados diferenciados, principalmente, no começo. A grande diferença está no fato de não usar nenhum método que possa agredir a natureza, então, o alimento será produzido de maneira natural e correta.”

De acordo com Garcia, hoje existe no mercado uma variedade de venenos orgânicos à base de produtos naturais para eliminar as pragas na plantação. Ele explica que não se pode usar de forma contínua. “Senão, vou matar bichos que não quero que morram. Então penso no quanto [as pragas] vão estragar a plantação, se for pouco, prefiro isto a utilizar o veneno”.

A nutricionista Valéria Mortara ressalta que os agrotóxicos são substâncias químicas que podem causar problemas no organismo como doenças inflamatórias, queda de cabelo e até mesmo câncer. “Não existem pesquisas comprovando, mas é possível ocasionar depressão”, completa.

Há quem diga que os alimentos orgânicos são mais saborosos e contêm mais vitaminas. A nutricionista Valéria Mortara esclarece esta dúvida. “Não existe comprovação cientifica de que o orgânico tem mais vitaminas. A vantagem está primeiramente nele ser ecologicamente responsável, em segundo tem menos produtos químicos. Mas, a questão do sabor e das vitaminas é uma percepção das pessoas que comem.”

A estudante de Ciências Sociais, Vivian Matsumoto, 19 anos, é vegetariana e dá preferência aos alimentos orgânicos há aproximadamente quatro anos. “Sinto diferença na digestão, consequentemente, no meu bem estar. Pois, um alimento produzido em um solo saudável ausente do uso de fertilizantes e pesticidas traz uma diferença grande não só no sabor, mas o nosso organismo acaba sentindo”, comenta. Segundo Vivian, é fácil encontrar este tipo de alimentos em grande mercados e lojas de produtos naturais, além de restaurantes vegetarianos.

A nutricionista Valéria dá dicas para pessoas que não podem comprar todos os alimentos orgânicos e querem “amenizar” os problemas dos convencionais. “Principalmente, comprar os alimentos da época, pois um alimento que não é da época vai precisar de mais substâncias químicas para crescer. Outra dica é a de estar atento as hortas comunitárias e dar preferência a alimentos inteiros, como a maçã.  A laranja pode ser comprada do modo convencional, pois tem a casca grossa que protege”, orienta.

Restaurante cria cardápio com produtos orgânicos

A chef de cozinha e estudante de nutrição, Yoná Vega, é proprietária junto com sua mãe, Viqui Vega, de um restaurante em Londrina que só utiliza produtos orgânicos em suas receitas. Yoná conta que seu interesse pelos produtos orgânicos começou a partir de mudanças da alimentação dentro de casa. “Minha mãe sempre foi ligada à natureza, sempre comemos muita proteína de soja e legumes. O interesse maior começou quando meu irmão Antônio nasceu, há cinco anos, com Síndrome de Down. Nós começamos a prestar mais atenção na alimentação”, relembra.

O restaurante está funcionando há oito meses. Na opinião de Yoná, a alimentação orgânica ainda é pouco explorada em Londrina. A chef afirma  que mesmo encontrando dificuldades para divulgar o restaurante, já conta com clientes fiéis. “Muitas famílias estão sempre presentes, algumas não têm tempo de cozinhar como deveriam, então, encontram conforto aqui, em uma casa pequena, com alimentos saudáveis e sabor de comida caseira.”

Os alimentos orgânicos são mais caros do que os convencionais, esta é a grande dificuldade para quem trabalha ou consome esses produtos. A estudante Vivian Matsumoto acredita que, apesar do valor elevado, vale a pena consumir orgânicos. Yoná comenta que isso faz diferença em seu produto final. “Quem não valoriza o bem que faz à saúde, não compreende o preço que fazemos o possível para ser bom,” explica.
Para a chef Yoná, a satisfação de seu trabalho cotidiano vai além de criar receitas diferenciadas. “O prazer em ter um restaurante orgânico está desde a compra dos alimentos, a plantação e do crescimento da horta. Está nas pessoas que comem, e nos clientes que vêm quase todos os dias. A casa está disponível para todos, acredito que as pessoas deveriam ser mais abertas em relação à alimentação, deveriam conhecer”, diz Yoná sorridente, acrescentando ter atenção e carinho com os alimentos.

O produtor Leandro Garcia também concorda que vale a pena trabalhar com orgânicos. “Primeiramente, você vende um produto que não agrediu o ambiente que a próxima geração vai utilizar. Outro fato é estar vendendo um produto que não faz mal para as pessoas.”